terça-feira, 14 de março de 2017

HISTÓRIAS QUE ACONTECEM NA LAPA

Olá pessoal, um pouco sumido mas nunca esquecendo vocês que fazem deste blog um instrumento de informação e curiosidades. Uma das coisas que sempre acontece na Caipirinha de Barril by Coelho, são as histórias contadas por clientes e as que passamos. Dentro de todas essas histórias, criamos o nosso perfil e de como podemos melhorar nosso atendimento e podermos sempre oferecer o que é de melhor em atendimento e qualidade dos nossos produtos e poder ter essa confiança de todos os clientes. Existe uma frase dita na Caipirinha de Barril by Coelho que é assim: "O que acontece na Caipirinha de Barril by Coelho, fica na Caipirinha." Só que algumas histórias merecem ser contadas e uma delas é a que vou passar para vocês.
Estava na Lapa em um dia de trabalho normal quando passou um casal como se estivesse procurando algo ou alguém. Imediatamente falei o meu bordão habitual "A melhor caipirinha da Lapa", ele parou por um momento e chamou a mulher que estava ao seu lado. Com aquela fala arrastada de quem fala pouco a nossa língua perguntou se eu era o Coelho da Lapa e respondi que sim. Ele se identificou como libanês e estava muito feliz pois ele havia ouvido no Líbano a minha história de trabalho e profissionalismo, do que passei para mostrar um trabalho ético e digno, com muitas frutas e inovação. Como ele estava para vir ao Brasil, especificamente no Rio, ele resolveu me procurar e me conhecer pessoalmente. Quando escutei essa história incrível, meu trabalho sendo reconhecido no Líbano, me emocionei e tenho certeza que podemos fazer algo mesmo que para pessoas distantes, que nunca ouvimos falar ou que talvez nunca vamos ver, mas que a semente do bem e da confiança está espalhada em cada coração. Talvez um dia eu vá ao Líbano, talvez eu nunca mais veja esse casal, mas aqueles pequenos momentos que passamos juntos, eu nunca mais vou esquecer e talvez eles não esqueçam também. Ficamos conversando por alguns minutos e na empolgação esqueci de perguntar o nome do casal, mas fiz o registro da visita deles. Então pessoal, espero que vocês tenham gostado dessa história tanto quanto eu gostei, pois a Caipirinha de Barril by Coelho é um pedaço de todos nós, das experiências que passamos e do que cada um deixa para nós através das suas visitas e apreciação dos nossos drinques. Um abraço do Personal Barmanager.







Você pode encontrar o Coelho Personal atualmente na Lapa-RJ
Rua do Riachuelo n*24 - Próximo aos Arcos da Lapa
Sextas e sábados a partir das 19:00hs
"Se beber não dirija"





segunda-feira, 30 de março de 2015

Drinques, Sabores e Histórias

O que estão fazendo com a nossa caipirinha?
Olá galera, tive a sensação que o carnaval passou muito rápido e despercebido. Talvez pela chuva ou um pouco da falta de empolgação dos foliões que ainda sentem a recessão da copa e dos aumentos dos impostos sofridos. Mas a bem da verdade, o carnaval acabou com um saldo positivo em relação aos cariocas e todos os brasileiros que resolveram ir para as ruas gritar frases de ordem contra o governo e afins. Acho que muitos o fazem por que querem mudanças e sinceramente, não olhei os outros estados, mas os paulistas deram um show. Apesar da minha humilde opinião não ser tão relevante, mas posso até dizer que sempre confiei na percepção do povo em querer mudanças. Na realidade, comecei a escrever com essa introdução por que todo ato feito democraticamente deve ser elogiado e sempre comentado. Hoje, decidi me manifestar em prol daquele drinque feito com carinho, daquele bartender que faz todos os dias os melhores drinques da sua vida e nunca se cansa de ver sua obra prima sendo degustada avidamente pelo seu cliente. Hoje gostaria de fazer uma manifestação em favor da nossa caipirinha. Sim, aquela tradicional... Com limão e cachaça. Aquela que sempre é o carro chefe de qualquer bar e que infelizmente está sendo tratada com desleixo e sendo feita de qualquer maneira. Quando falei do carnaval, foi por que infelizmente vi pessoas virando bartenders de ocasião e tratando esse maravilhoso drinque como se fosse algo banal. Concordo que o sol deve brilhar para todos, mas isso não deveria ser desculpa para se fazer tudo de qualquer maneira, sem coqueteleira (improvisando em uma garrafa de plástico), sem gelo filtrado (onde o risco do cliente ser contaminado se torna grande) e principalmente sem nenhum conhecimento para manusear um drinque de tradição brasileira. Claro que conheço muitos bartenders estrangeiros que fazem uma caipirinha excelente, mas não é o caso do que vejo acontecer e muitos desavisados estão comprando gato por lebre e pensam estar degustando um drinque e na verdade estão se intoxicando com uma bebida barata e sem qualquer conotação para ser chamada de caipirinha. A caipirinha tradicional é feita de uma maneira exemplar. Cachaça branca, limão cortado de maneira profissional, açúcar a gosto e principalmente com gelo filtrado. Lembro bem de uma visita em minha drinqueria por um gringo e a preocupação dele era o gelo, pois ele havia bebido em outro lugar e passou mal três dias pela ingestão do drinque com gelo escama ou não filtrado. A cachaça não corta todos os males como muitos pensam e posso afirmar que uma boa caipirinha é fruto de uma série de produtos de qualidade, onde o resultado final é a consequência natural de uma caipirinha excelente. Desde o corte do limão até o ponto final quando está no copo do cliente para sua degustação. Posso falar para vocês que o retirar do “talinho” do limão, não é para evitar o amargor que vem com a maceração (mas isso já é outra história que prometo elucidar), no momento gostaria de passar para todos a maneira certa de se fazer a caipirinha tradicional. Observem, procurem saber do profissional a origem do produto que ele manuseia, não se deixe levar por preço ou por que tem uma quantidade maior. Lembre-se, quantidade e qualidade nem sempre andam juntas e sua saúde e corpo vão agradecer no final. “Vem para as ruas”, vamos beber a melhor caipirinha, pode ser da Lapa ou do RJ. Como todos sabem, podem me encontrar na Lapa sextas e sábados a partir das 19:30hs e em Santa Teresa aos sábados e domingos a partir das 14:30hs até as 20:00hs.
Lapa: Rua do Riachuelo n°24 –Prox. Aos Arcos da Lapa
Sta Teresa: Rua Alm. Alexandrino n°54b – Ao lado da escadaria da rua André Cavalcante.
Um abraço a todos e se beber não dirija.
Coelho Personal Barmanager



Caipirinha Tradicional (padrão)
*Um limão médio
*Açúcar
*Cachaça branca
*Gelo cubo (filtrado)
Modo de preparar
*Cortar o limão em cubos (lembrando-se de tirar o “talinho” do meio)
*Colocar na coqueteleira junto com o açúcar
*macerar (amassar) fazendo pressão de leve
*Colocar o gelo na coqueteleira
*Colocar uma dose e meia (uma dose representa 50ml) de cachaça branca
*Bater (sacudir) a mistura até sentir a coqueteleira gelar

*Pronto para servir

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Drinques Sabores e Histórias

Olá pessoal, depois de algum tempo um pouco atarefado, estamos de volta com mais uma postagem nesta coluna que só tem coisa boa. Como não ser coisa boa em falar de destilados e drinques. Eu sempre procuro falar sobre os destilados onde meus clientes tem muitas dúvidas e é muito bom tirar essas dúvidas, por que sempre tiro essa dúvida bebendo o destilado em questão. Gosto de estar inteirado com o nome e o sabor para não perder a sensibilidade, rsrsrs ( que desculpa bem esfarrapada).
Mas a questão é, até que ponto você está preparado para encarar uma noite com sua bebida predileta. Essas questões, são resolvidas com prudência né, por que não é porque eu gosto de um certo destilado, que vou beber até cair, rsrsrs
Então eu acredito que essa coluna seja um escape para essas questões e uma forma de você se inteirar no mundo da coquetelaria e fazer bonito em casa ou até mesmo na balada.
Hoje, gostaria de falar um pouco do Sake. Apesar de não ser destilado e sim fermentado é de teor alcoólico baixo, mas muito saboroso e versátil.
O Sake é conhecido no Japão como Nihonshu e no Brasil escrito na forma de Saque mesmo. A forma de escrever Sake deste jeito é universal.
Na era Yayoi, 300 a.C., quando os grãos de arroz aquecidos eram mastigados e então cuspidos em um tacho para produzir arroz fermentado até a era Hesei (dias de hoje) onde os saquês se dividem em categorias, métodos de preparo e fermentação, a cultura japonesa está ligada completamente com a história do saquê. Atualmente de acordo com dados do governo japonês existem mais de 1600 fabricantes e 4230 marcas de saquê no Japão.
Sabemos que no Brasil uma grande porcentagem do saquê que consumimos é da linha Azuma Kirin, da empresa Tozan, com uma linha extensa de saquês, sochu e cerveja ichiban.
Na linha de saquês, eles possuem:
Kirin Dourado: O mais tradicional e usado no Brasil, é pasteurizado e apresenta principalmente sabor seco com g.a de 15,5%.
Kirin Karakuti: Também pasteurizado, aroma mais intenso que o Dourado e com a mesma graduação alcoólica.
Kirin Namazaki: Conserva melhor o aroma e sabor do saquê pois não é fermentado. Não é um bom saquê para armazenar, melhor consumir consumir após aberto, validade de 6 meses após a produção. Possui g.a de 15,5%.
Kirin Junmai: É o saquê premium da linha pois é produzido a partir do beneficiamento do arroz do tipo "akitakomati". Possui textura e corpo mais presentes. G.a de 15,5%.
Kirin Guinjo: Aroma de frutas, essa é a maior diferença deste saquê feito através de um processo que envolve uma máquina importada do Japão, que beneficia e consegue polir o arroz sem quebrá-lo. G.a de 15,5%.
Kirin Sochu: Sochu é uma bebida tradicional japonesa, destilada de arroz "Akitakomati". Tem consumo crescente no mundo e sua graduação alcoólica é de 35%. (fonte Mixologia News)
Assim sendo, toda essa boa bebida de graduação alcoólica baixa, mas de sabor único, tem o seu lugar de destaque na Caipirinha de Barril By Coelho.

Frutas Vermelhas:
5 morangos
5 amoras
7 uvas rosadas
Saque
Açúcar
Gelo cubo (filtrado)

Modo de preparar:
Coloque os morangos, as amoras e as uvas em uma coqueteleira.
Adicione o açúcar a gosto e macere (amasse) até ficar homogêneo
Coloque o gelo
1 1/2 de saque*
Bata (sacudir) o drinque em movimentos circulares ñ muito rápido
Até sentir a coqueteleira ficar muito gelada
Está pronto p/ servir.
Uma dica: Na falta da amora, vc pode colocar 1/2 ameixa cortada em cubos pequenos.
*A dose corresponde a 50ml

Um abç meus queridos e até a próxima.



domingo, 27 de julho de 2014

Drinques, Sabores e Histórias

Olá pessoal, estamos aqui de novo com mais uma história boa de bebida. Nesta semana, atendendo a pedidos (na realidade foi só um, rsrs), vamos falar do conhaque ou cognac. Eu sempre falo das minhas experiências com as bebidas e ñ seria diferente com relação ao conhaque. O  Brandy (derivado da palavra brandywine, do holandês Brandewijn que significa vinho ardente) é um termo geral para o vinho destilado, normalmente com 40-60% de etanol por volume. Normalmente consumido como um drinque digestivo, essa bebida pode ser feita a partir da uva, vestígios de uva (pomace) ou sucos de frutas fermentadas. Se não for especificado, brandy é feito a partir do vinho da uva. Aqui no Brasil, ficou conhecida como conhaque, influenciada pela palavra francesa cognac.

A História
A origem do brandy está associada ao desenvolvimento do processo de destilação. Bebidas de alta concentração alcoólica ficaram conhecidas na antiga Grécia e Roma, podendo ainda serem voltadas para a antiga Babilônia. O brandy, como é conhecido atualmente, primeiramente apareceu no século XII, ficando mais popular no século XIV.

Inicialmente o vinho era destilado como um modo de preservá-lo e para facilitar o seu transporte pelos mercadores já que esse processo diminuía seu volume. A ideia era adicionar água ao brandy antes de ser consumido para voltar a concentração alcoólica. O que aconteceu foi que descobriram que o processo de armazenar o brandy em barris de madeira resultava em melhoras no sabor e no espírito da bebida. Desse processo foi descoberto também o processo de envelhecimento e variados resultados no uso de diferentes madeiras.


Dado que o conhaque não continua sua evolução na garrafa, as referências com relação à idade correspondem ao tempo que passou no barril a fração mais jovem do corte. Portanto, se foi usado 5% de aguardente de quatro anos de madeira, por mais que o resto tenha um século de barril, isso não é levado em conta na hora de rotular. As casas mais reputadas utilizam aguardentes mais antigas, inclusive as gamas intermediárias. Para não mencionar os casos verdadeiramente excepcionais nos quais são utilizadas aguardentes de um século de hibernação, mas já estamos falando do segmento mais caro de conhaque.

Como todo bom destilado, minha experiência com o conhaque é puramente como aperitivo. Em um tempo atrás, eu tinha uma barraca de caipifrutas e coloquei o conhaque como opção e tinha muita saída com maracujá e leite condensado. O problema é quando misturamos algo muito doce, tira a característica dos outros produtos e assim mascarar o verdadeiro sabor. Então, como sempre faço, depois de uma história sempre tem uma receita básica para se testar em casa. Muito bom estar com vocês e até a próxima história.




Manhattan de Conhaque




Ingredientes:
1 1/2 dose de conhaque
1/2  dose de Vermute doce
1 cereja ao marasquino

Preparação:
Coloque o conhaque e o Vermute 
em uma coqueteleira
Junte cubos de gelo e agite bem
Coe para um copo de coquetel
previamente gelado
E coloque a cereja

Sugestão:
Se quiser pode substituir o Vermute doce


segunda-feira, 2 de junho de 2014

Drinques, Sabores e Histórias

O Absinto

Olá pessoal, demorei mas voltamos com os nossos post's de bebidas. Como um recomeço e uma vontade doida de falar sobre bebidas, resolvi me relacionar com uma bebida q a princípio eu tinha minhas dúvidas e preconceitos e aos poucos fui me inteirando melhor e com certeza virou meu xodó também. Aliás, qual bebida não é um xodó de um bartender? Pois bem, sem mais delongas e querendo elucidar alguns mistérios, apresento a vocês o Absinto ou Absinthe.
Poucos já conheceram os efeitos q essa bebida causou durante a história e ainda causa nos dias de hoje e quem nunca bebeu, com certeza conhece os seus efeitos e ficou com medo dos resultados. Mas a bem da verdade, é que o absinto é uma das bebidas mais conhecidas do mundo. Artemisia Absinthium é o nome da erva do absinto e já era usada na Grécia antiga como medicamento e provavelmente a palavra também venha do grego "apsinthion" que significa intragável. Médicos, filósofos e matemáticos recomendavam a erva embebida em vinho, mas se utilizava a bebida em diferentes tratamentos. Talvez esse seja o motivo da bebida ser conhecida depois de séculos como " O remédio para todos os males". No auge do Império Romano, uma tradição antes das corridas de bigas, era beber uma dose de absinto para lembrar os competidores que a vitória também tinha o seu lado amargo. Em 1792, o absinto deixou de ser uma bebida caseira e se tornou um medicamento oficial nas mãos de um grande médico chamado Pierre Ordinaire. Depois de ter provado uma receita caseira das irmãs henriod, o médico francês, criou seu elixir com absinto, anis, hissopo, melissa, coentro e outras ervas locais. O sucesso foi tanto que cinco anos depois, o Major Dubied comprou a receita e juntamente com seu genro, começaram a produzi-la em grande escala na Suíça.
Suas características no início era de um amargor igual a um bitter, mas o Dr, Ordinaire se encarregou de colocar erva doce e extrato de anis conseguindo suavizar o seu amargor e fazendo da bebida um sucesso. A bebida ficou famosa na França por se tornar popular entre os soldados franceses, que em missões no norte da Africa, trouxeram a novidade.
Sua graduação alcoólica variava entre: Absinthe Suisse 68-72%, Demi-fine 50-68% e Ordinaire 45-50%. O absinto é um destilado e não um licor como muitos o definem. Tem a coloração esverdeada devido a clorofila de algumas ervas, mas na Suíça tem algumas variedades mais claras e existem mais de 50 marcas de absinto no mundo.
Quando escutei pela primeira vez sobre o absinto, aprendi que ele era misturado com ópio derretido e por isso deixava as pessoas fora de si e por muito tempo essa era a minha verdade e meu tolo engano. Na verdade, o que provoca as alucinações é uma substancia chamada Tujona encontrada em várias ervas e principalmente nas folhas do absinto. A Tujona é parecida com o THC, alterando a percepção sensorial ativando a região criativa do cérebro e também causa alucinações, hiperatividade, tremores e fraqueza muscular. É importante salientar que a quantidade de tujona que sobrevive a destilação é muito pouca e o que muda realmente a sua percepção é a mistura com o álcool mesmo.
Desde que foi criado, o absinto sofre uma perseguição como ameaça social, onde as pessoas ficavam loucas e com tendência a criminalidade. Várias tentativas foram feitas e finalmente em 1915 a bebida foi proibida na França. Nesse período foram popularizados os Pastis e o Ouzo, licores de anis sem absinto. A proibição era para o consumo e não para a produção, então os produtores diminuíram o teor alcoólico para 40% e diminuíram a tujona para 10 mg/kg para a exportação. Mas um produtor viu que não havia nenhuma lei britânica que impedisse a exportação do absinto com o teor alcoólico alto, então ressuscitou a bebida com o teor altíssimo depois de quase um século de proibição. A tujona ainda é controlada, mas o apelido de fada verde que o absinto tem, é um conceito de inspiração poética e iluminação artística, um estado de espirito livre e de idéias novas e essa ideia de liberdade era inimaginável naquela época. Para um bom apreciador de bebidas na época, beber absinto era uma forma de sair do conceito moral e social imposto pelo governo. Acho que por mais que escreva sobre esse destilado, muito mais temos a aprender com suas histórias seculares e para quem quiser conhecer a fada verde, junto com essa coluna vai um link de um vídeo onde aprendemos a fazer o ritual chamado La Louche e a apreciar essa bebida. Lembrando que se beber não dirija e boa degustação com a boa Fada Verde.

http://www.dailymotion.com/video/xdzj81_absinthe_lifestyle?start=12

quinta-feira, 7 de março de 2013

Nosso Querer De Cada Dia

Todas as vezes que recordo a minha infância, juventude e dias atuais, eu acredito que fui muito abençoado com a minha escolha. Minha família pensa que eu sou um bêbado inveterado, meus vizinhos e amigos pensam que minha vida é uma eterna festa onde mulheres lindas aparecem para experimentar meus drinques e fico a noite toda me divertindo. Na realidade ser Bartender é ter a profissão mais sacrificante de todas. Convencer a minha esposa que isso é um trabalho estritamente profissional é muito difícil. Eu fico imaginando como surgiu essa profissão, talvez no antigo Egito o faraó falasse para um eunuco: Experimente essa bebida! Ou então um rei para o seu súdito fiel. Mas, brincadeiras a parte a profissão de Bartender é realmente uma profissão que se levada a sério, proporciona tanto ao profissional, quanto a quem experimenta os drinques uma verdadeira viagem de sentimentos. Quando experimento um determinado drinque, lembro de uma situação que marcou a minha vida. Consigo me transportar para a minha juventude ou o começo da minha profissão e esse sentimento também é refletido no cliente quando ele diz que não via a hora chegar para beber o drinque que é preparado por um dos bartenders da Caipirinha de Barril By Coelho. É claro que não a registros da origem desta função, mas acredita-se que seja muito antiga, ao tempo das tavernas. Barman é uma palavra inglesa, quer dizer ” homem do bar “. Uma história recente: Nos anos 30, a população norte americana sofria os efeitos da crise econômica de 1929, dentre eles o desemprego. Trazendo vários problemas para a saúde pública, o governo implantou uma medida chamada “lei seca” que proibia a produção, o comércio e o consumo de toda e qualquer bebida alcoólica dentro do país. Mas essa medida não cessou o consumo do álcool. O negócio caiu nas mãos da máfia que contrabandeava e comercializava a mercadoria ilegal. Nessa época, os bares ilegais eram montados em porões secretos e barrados por portas de aço. Nesses locais, conhecidos como “speak case” (falem baixo), a bebida era vendida livremente. O homem de confiança da máfia era o homem do bar, responsável pelas preciosas bebidas e também pelo sigilo e segurança econômica do bar. Além de toda a responsabilidade organizacional, o bartender era um jogador. Dissimulado, elegante e discreto, também precisava de raciocínio rápido e era muito criativo. Conta-se que em certa batida policial a um desses porões, o bartender, antecipando-se à chegada dos oficiais, adicionou suco de laranja aos copos de vodka que estavam sendo servidos naquela noite. Os oficiais perguntaram a ele do que se tratava a bebida de cor amarela e ele reponde convicto: “Suco de laranja”. Ele não só salvava o seu bar como também dava origem ao que chamamos hoje de coquetelaria. Hoje o Bartender é um alquimista moderno. Bartender Clássico Conhece a origem das bebidas, sua composição, suas propriedades, sua história, suas características, seus efeitos no organismo e seu infinito potencial gastronômico. Sabe como preparar coquetéis internacionais e criar suas próprias receitas. Geralmente são profissionais com mais tempo no segmento e lideram a brigada operacional do bar. Trabalham em trajes sociais e freqüentemente falam mais de um idioma, que favorece em uma carreira internacional, por também se adequarem aos restaurantes de alta gastronomia, hotéis internacionais, pubs, pianos bar e navios de cruzeiros. Bartender Contemporâneo (mixólogo ou mixologista) Esse profissional, geralmente começa como barback, auxiliando o bartender a abrir garrafas e repondo o gelo quando necessário. O que o torna diferente é o seu conhecimento sobre as bebidas que estão no mercado nos dias de hoje. Ele utiliza dos seus conhecimentos para criar novos aromas, sabores e consistências. Harmoniza com ciência ingredientes inusitados e no Brasil são contratados por empresas fabricantes de bebidas para elaborar novos flavors, criar novas tendências de consumo e ministrar cursos. Vestem-se de maneira a divulgar a marca para qual atuam. Bartender Free Style Esse profissional atua de forma dinâmica. Hoje em dia, ele treina malabarismo, pirofagia, acrobacia e mágica. Dentre essas atividades, o malabarismo com as garrafas, ou flair, atinge grande popularidade e já existem diversos torneios ao redor do mundo que premiam os melhores desempenhos. Seu conhecimento de coquetelaria é suficiente para o perfil de eventos em que atuam. Costumam improvisar muito bem e suas misturas são inusitadas combinações de sodas com destilados, que decoram com gelo seco ou sticks de neon, provocando um agradável impacto visual aos eventos. Procuram servir de forma ágil as bebidas de domínio público jovem, como as vodkas, ice e os energéticos. Vestem-se de forma a agradar ou impressionar o público alvo da casa. Usam boinas, bandanas, faixas, pulseiras, piersings e penteados modernos. Trabalham geralmente de free lancer em boates, baladas, shows, raves, casas noturnas, nightclubs, agências e eventos em geral. Nightclub Bartender Assim como já foi dito anteriormente, night bartender é simplesmente aquele bartender que se dedica ao trabalho em baladas. Esse tipo de trabalho envolve sobretudo a agilidade no trabalho dentro do bar, baseando-se sempre em um mise-en-place(montagem da praça de trabalho) de qualidade, onde o chefe de bar normalmente irá organizar o ambiente de trabalho e disponibilizar todos os produtos que serão vendidos e servidos ao longo da festa. Então, qual seria o bartender que se encaixa com seu perfil? Fonte: Wikipédia Lembre-se, se beber não dirija. Mas se for beber com responsabilidade, venha nos visitar. Vc pode encontrar o Coelho Personal Bartender Na Lapa: Rua do Riachuelo nº24, prox. aos Arcos da Lapa sextas e sábados as 19:30hs. Em Santa Teresa: Rua Alm. Alexandrino nº54b, prox. a escadaria da rua André Cavalcante sábados e domingos a partir das 14:00hs até as 22:00hs

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A primeira de todas

Nem sempre a primeira de todas é maravilhosa: O primeiro beijo, a primeira noite, o primeiro porre… Eu me recordo de todos, mas gosto de me lembrar mesmo é do meu primeiro porre. Sem conseqüências, sem muitos danos, mas com uma ingenuidade infantil, onde reuníamos os amigos e é claro as amigas e ficávamos perto de casa, que tinha uma adega chamada Rock in Rio (nome dado exatamente em homenagem ao primeiro festival do Rio). Então, sem perceber crescemos e os amigos tomaram rumos diferentes, eu, sempre trabalhei com o público e amadureci, casei e separei e casei de novo. Montei vários negócios e então conheci o bar, de uma maneira diferente, comecei como Somellier e depois virei Bartender… Bartender por opção e bebedor por natureza, afinal alguém tem que se sacrificar pelos outros. Afinal quem iria ser cobaia dos meus experimentos se não eu próprio. Uma coisa com certeza eu tinha, se não desse certo, o drinque não iria me fazer mal. Mas deu certo, tão certo que hoje faço com gosto na Lapa e em Santa Teresa. Hoje, aqueles porres de outrora na juventude, são trocados por experiências únicas com destilados e frutas. Crio drinques e consigo unir o útil ao agradável, afinal quem pode ter na profissão a permissão de ficar de porre? A primeira de muitas, ou simplesmente a primeira coluna que vai ter alguém para falar de drinques e bebidas não só como profissional, mas como um apreciador, assim como vocês que gostam de ter um motivo para bebemorar. Então, vamos dar o primeiro rumo de nossa prosa, onde gostaríamos de entender as bebidas, mas nunca conseguimos ficar sóbrio o suficiente para isso. A Lenda de Havana A cachaça que vale mais que dinheiro O Anísio Santiago, que já se chamou Havana, é a cachaça mais cara do País. Em Salinas, norte de Minas, onde é feita, circula como moeda. Produção limitada, com qualidade, a tornaram rara. São garrafas da cachaça tida como uma das melhores do País e sem dúvida a mais cara. Os empregados que a produzem recebem duas garrafas por semana como salário. Eles as vendem para o comércio local (que as esperam avidamente), o salário dobra de valor. Anísio Santiago, morto em dezembro de 2002, começou a fabricar sua cachaça em 1943. Deu-lhe o nome de Havana e com ela conquistou fama em todo o País (e ganhou todos os concursos que participou). Em 2001, Anísio soube que não poderia mais usar a marca Havana. Ele nunca se preocupara em registrá-la e uma empresa estrangeira o havia feito, como nome de rum. Em toda sua vida, (morreu com 91 anos), Anísio nunca tivera qualquer pendência na justiça. A cassação da marca Havana o indignou. Ele retirou os rótulos de todas as garrafas do estoque, que seriam substituídos por outros, com seu próprio nome. Não sobrou nenhuma Havana, as que já estavam no comércio viraram raridade. Muitos moradores de Salinas guardam as garrafas com a marca Havana, alguns na expectativa de uma ocasião especial para abri-las e outros a espera de valorização e do interesse de colecionadores. Oswaldo Santiago, um dos seis filhos de Anísio e o que comanda os negócios hoje, diz que seu pai não usava dinheiro. “Quase tudo o que ele comprava, pagava com cachaça. Ela era a própria moeda, o povo não queria dinheiro.” Hoje ainda é assim. Uma garrafa da bebida é bem recebida como pagamento. “Como a demanda estava aumentando cada vez mais, Anísio Santiago percebeu que tinha que tomar uma decisão de mercado: ou aumentava a produção, o que poderia comprometer o padrão de qualidade adquirido, ou mantinha o nível de produção.” Optou em manter o padrão, diz Roberto Carlos Morais Santiago, neto de Anísio. A produção não chega a 10 mil litros por safra. O que resulta em 12 mil a 15 mil garrafas por ano. Oswaldo Santiago não pretende mudar o estilo herdado do pai. “Onde há oferta o preço cai. Tem que segurar, para haver procura em vez de oferta.” A Anísio Santiago, com alma de Havana, poderia ser descrita como mitológica tal sua fama. Qual o segredo de uma qualidade tão especial? Em uma entrevista, Anísio deu algumas pistas: “Tem gente que foi alambiqueiro meu e não entende como a minha cachaça fica boa e a dele, feita igual não presta. É que o cidadão se aperta de dinheiro e vende antes da hora. Cachaça é que nem fumo, só presta velha. Antes de um ano e meio não pode vender nem para os filhos.” Oswaldo Santiago diz que a cachaça envelhece oito anos em tonéis de bálsamo, depois do envelhecimento é passada para garrafas de 600ml. A cana empregada é a Java, a pioneira da época da colonização. Roberto Carlos, o neto e filho de Oswaldo, acrescenta outros fatores que garantem a qualidade: Solo calcário arenoso, clima semi-árido, altitude média de 700 metros, emprego de fermento orgânico natural e a obsessiva higiene dos alambiques. Fonte: Alambique da cachaça Você pode encontrar o Coelho Personal Bartender na Lapa: Rua do Riachuelo nº24, prox. aos Arcos da Lapa sextas e sábados as 19:30hs e em Santa Teresa: Rua Alm. Alexandrino nº54b, prox. a escadaria da rua André Cavalcante sábados e Domingos a partir das 14:00hs até as 22:00hs