segunda-feira, 10 de maio de 2010

Histórias da Lapa ( Em construção )

Mexendo com o passado para mostrar o futuro


Lapa - como seria em 1758



O bairro da Lapa, antes uma praia conhecida como Areias de Espanha, nasceu em volta do seminário e capela construídos em louvor de Nossa Senhora da Lapa do Desterro, em 1751, daí o nome bairro da Lapa.E, sequencialmente foram surgindo outras obras de valor arquitetônico e histórico, como a abertura da Rua do Riachuelo (Rua de Mata-Cavalos),a Rua do Lavradio em 1770, o Passeio Público que foi a primeira praça pública da cidade, criado com o aterro da Lagoa de Boqueirão da Ajuda, em 1783, pelo Vice-Rei D. Luiz Vasconcelos, o Aqueduto Carioca, chamado de Arcos da Lapa e com o passar dos anos outras obras foram surgindo em melhoria da localidade, como a abertura da Avenida Mem de Sá.A primeira construção feita no local data de 1751, por iniciativa do Padre Ângelo Siqueira Ribeiro do Prado que levantou um seminário em louvor a N. S. da Lapa. A igreja veio a ser construída pelos Carmelitas em 1810, junto ao Convento que foi destruído por um incêndio. Ocorreram muitas reformas, e o prédio que hoje se vê é bem mais recente, contudo guarda algumas relíquias valiosas, como telas cuja autoria é atribuída a João Silva. Do Mestre Valentim provavelmente, são as imagens dos Apóstolos, chapeadas em prata.

Igreja Nossa Senhora da Lapa do Desterro

                                            Rua do Riachuelo

A rua começa na Avenida Mem de Sá e termina na rua Frei Caneca e teve muitos nomes.Na segunda metade do século XVI, os padres jesuítas já possuíam dois engenhos de açúcar: O "velho", aonde hoje se encontra a Igreja de São Francisco do Engenho Velho, na rua São Francisco Xavier.E o "novo" que deu nome ao bairro de Engenho Novo.

 
Matriz do Engenho Velho na Rua São Francisco Xavier


Engenho Velho e ao fundo a Serra da Tijuca

O acesso aos engenhos, se fazia através de um caminho que saindo dos Arcos, contornava o Morro do Desterro ( hoje, Santa Tereza) e chegava na Lagoa da Sentinela ( hoje o largo onde se cruzam a Av. Mem de Sá, a Rua Frei Caneca e a Rua de Sant'Ana), então a trilha seguia rumo aos engenhos e a São Cristóvão.Por isso, recebeu primeiro o nome de Caminho que vai para o Engenho Pequeno, depois Caminho para a Lagoa da Sentinela e Caminho que vai para São Cristóvão.No final do século XVII, à esquerda deste caminho, havia uma grande chácara que possuia uma bica para uso dos viajantes, então passou a ser chamada de Caminho da Bica. Era um caminho muito ruim, cheio de buracos, barrancos, atoleiros e ainda por cima tortuoso. Muitas vezes os animais acabavam morrendo tentando cruzar o caminho, que passou a ser chamado de Caminho ( ou Estrada) Mata-Cavalos.Em 1772 a antiga bica foi substituida por um chafariz e outro chafariz foi construido por Paulo Fernandes Viana.



Em 1848, a estrada passou a ser rua e foi aberta em terrenos mais altos e secos, quando a maioria das ruas cariocas eram verdadeiros pantanais.Com isso, ela passou a   ser uma das preferidas.Em 1870 o nome da rua passou a ser Riachuelo em homenagem a esquadra brasileira que derrotou a paraguaia em águas argentinas no rio Paraná.Em 1872, as linhas da Cia. de Ferro Carril de Santa Tereza ligam a Praça Quinze ao Largo da Lapa e à Rua do Riachuelo.Só para constar, um dos moradores mais famosos da rua, foi o General Manuel Luis Osório, Marquês do Herval, que morava em um casarão no número 303, que posteriormente foi transformado em cortiço e hoje é um prédio tombado pelo patrimônio histórico.


Rua do Riachuelo em 1915


Rua do Lavradio

Em 1771, o Sr.Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d"Eça e Melo Silva e Mascarenhas, então Segundo Marquês do Lavradio, abre a rua que hoje leva o seu nome, a Rua do Lavradio.Começando na Rua Visconde do Rio Branco e terminando na Rua do Riachuelo, foi aberta como parte do saneamento dos encharcados terrenos e em 1777  foi alinhada.Mandou construir a sua residência nessa rua, cujo prédio se encontra até hoje na esquina com a Rua da Relação, onde promovia muitas festas e reuniões sociais como forma de compensar as poucas opções de lazer da capital da colonia.A Rua do Lavradio, hoje tem vários bares e restaurantes e nela é promovida a feira de antiguidades, prestigiada pelos mais conhecidos antiquários da cidade.Nela também se encontra o Jornal "Tribuna da Imprensa", do qual seu antigo proprietário, o jornalista Carlos Lacerda, na década de 50, sustentou uma campanha política contra o segundo governo de Getúlio Vargas.


Rua do Lavradio em 1920, logo atrás o morro de Santo Antonio que não existe mais



Marquês do Lavradio, Vice-Rei do Brasil ( 1769-1779 )


Rua do Lavradio dias atuais, com sua tradicional feira de antiguidades

Av. Mem de Sá




Construção da Av. Mem de Sá em 1904



Francisco Pereira Passos, prefeito nomeado pelo então presidente Rodrigues Alves, promoveu uma grande reforma urbanística com a finalidade de melhorar o saneamento e a malha de circulação viária.Uma delas,  foi a criação da Av. Mem de Sá.Foram abaixo todos os prédios paralelos aos Arcos da Lapa e o Morro do Senado, a fim de liberar a passagem.


Av. Mem de Sá pronta em 1908




Vista diurna da esquina da Av. Mem de Sá com a Lavradio




A noite, a vista é belíssima


              O Passeio Público



A Lagoa do Boqueirão da Ajuda existia no local onde hoje está o Passeio Público

A Lagoa do Boqueirão

No local onde se encontra o Passeio Público existiu até o final do século XVIII, uma lagoa chamada de Boqueirão da Ajuda.Era a única da cidade, no período colonial, que desaguava no mar, além de impedir a ligação com o caminho do Engenho D'el Rei, que levava à zona sul.Assim como todas as lagoas do Rio, o Boqueirão da ajuda era utilizado para os despejos de dejetos da população.Devido a insalubridade da lagoa, toda aquela região era despovoada.Mesmo assim, o Boqueirão era usado para banho, como se observa na famosa tela de Leandro Joaquim, onde crianças se divertem na água em meio a bois, que atravessam o charco.Em meados do século XVIII, uma forte epidemia de gripe e febre atingiu grande parte da população carioca.O surto ficou popularmente conhecido como Zamparina, em referência a uma cantora italiana que morrera vítima da moléstia.Em pouco tempo, a expansão da epidemia na cidade foi atribuída as águas da lagoa do Boqueirão.O então vice-rei do Estado do Brasil, D. Luis de Vasconcelos, resolveu aterrar aquela lagoa, desobstruindo assim a ligação da cidade com a zona sul.Para ocupar aquele local, o vice-rei decidiu criar um jardim público, este considerado " o mais singular do ponto de vista urbanístico do Brasil do século XVIII".

          Surge o Passeio Público

Mestre Valentim é o autor do projeto original do Passeio Público

A lagoa do Boqueirão foi aterrada com material proveniente do desmonte do pequeno Morro das Mangueiras, que se erguia onde hoje está a Rua Visconde de Maranguape, na Lapa. A tarefa de arrasar o morro, aterrar a lagoa e construir o jardim foi entregue ao Mestre Valentim da Fonseca e Silva, considerado o melhor escultor do Rio na época.O Passeio foi construído entre 1779 e 1783.Foi o primeiro jardim público da cidade e do país. Até então existiam apenas hortas e canteiros. Os jardins eram discretos e não públicos.Para executar as obras foram selecionados vadios e detentos. Tal medida pode ser explicada pela falta de recursos provenientes da coroa, como registrou o vice-rei D. Luís de Vasconcelos no relatório das principais ações realizadas em sua administração.O aterramento da lagoa do Boqueirão recuperou uma área equivalente a 20 hectares, provocando o povoamento daquela região e a abertura das ruas do Passeio e das Belas Noites (atual das Marrecas).Realizado o aterro, foi imediatamente construído um cais, para que as ondas do mar não invadissem o jardim. Mestre Valentim não trabalhou apenas como supervisor e autor da planta do Passeio, mas também confeccionou todas as peças de arte, inclusive as de metal, as primeiras fundidas no Brasil.



                 Arcos da Lapa

Lapa,uma suposição em 1840

Conhecido popularmente como Arcos da Lapa, o Aqueduto da Carioca é a mais monumental obra empreendida no Brasil durante o período colonial. Marco na paisagem da cidade, o velho aqueduto, hoje transformado em via dos bondinhos de Santa Teresa, tem 270m de extensão, duas fileiras superpostas de arcos plenos (num total de 42 arcos) e 17m de altura em seu trecho mais elevado.No local onde se erguem os arcos, existia no passado uma praça onde escravos eram comercializados.Como a falta d’agua era um problema crônico no Rio Colonial, o governador Aires de Saldanha construiu, entre 1719 e 1725, um aqueduto para de uma nascente no Silvestre até o Largo da Carioca.O aqueduto uniria os morros de Santa Tereza e Santo Antonio e as águas desembocariam em um grande chafariz de 16 bicas.Em 1750, o governador Gomes Freire de Andrada reformaria os arcos, dando-lhes maior solidez e racionalidade. Semelhante ao Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa, o Aqueduto da Carioca foi construído `a base de granito brasileiro e argamassa de cal, areia e óleo de baleia.Em 1872 sua feição original foi alterada quando um pegão central foi retirado.Em 1896, o aqueduto perdeu a sua função primeira, tornando-se via de acesso ao bairro de Santa Tereza através de uma linha de bondes à tração elétrica que sairia da estação no Largo da Carioca.A partir de então os bondinhos passaram a trafegar sobre os arcos.Nesta época foi acrescentado um parapeito de alvenaria com pequenos arcos ogivais.Em 1948, dois arcos inferiores foram substituídos por um arco duplo.



Arcos da Lapa em 1930


Arcos da Lapa, década de 50

Em 1960 os arcos ogivais foram retirados, assim como também foi demolido o casario que se apoiava no aqueduto.Em 1988 os arcos foram restaurados e impermeabilizados. Em 1995 os arcos sofreram nova restauração: o sistema de trilhos e dormentes foi substituído e os pontos de infiltração foram recuperados.O leito do bonde foi impermeabilizado e o monumento ganhou nova pintura.Em 1996 os arcos receberam iluminação especial gerada por 19 refletores.Na ocasião, o monumento foi novamente restaurado e pintado.

Arcos da Lapa, atualmente

A Lapa ficou famosa nas décadas de 20 e 30 por seus cabarés, clubes de jogo, restaurantes, botequins e hospedarias, tanto que, com o passar do tempo, deixou de ser um lugar de moradia para se tornar um espaço exclusivamente boêmio. Tradicional reduto da malandragem carioca, a região começou a declinar em 1940, devido à repressão do Estado Novo às atividades ilícitas e a concorrência com a agitada vida noturna de Copacabana. Entretanto, a Lapa nunca deixou de ter seu público cativo, e no início da década de 1950, apesar do processo de decadência que vinha sofrendo, a Lapa já era um dos principais pontos de referência da vida noturna da cidade. “Enquanto a cidade dorme, a Lapa fica acordada, acalentando quem vive de madrugada.” O trecho da música “A Lapa”, composta por Herivelto Martins e Benedito Lacerda, em 1949, e interpretada por Francisco Alves, faz referência à Lapa naquela época, marcada pelo samba e pela malandragem. O bairro fez história ao acolher e inspirar renomados artistas da música popular brasileira. O local, com seus famosos cabarés e restaurantes, é historicamente marcada como reduto da boemia carioca, uma verdadeira referência na cidade, freqüentada pela fina flor dos artistas, intelectuais, e políticos.

Personagens da Lapa


Madame Satã
 
João Francisco dos Santos jamais seria conhecido por João. Pernambucano de Glória do Goitá, João chegou ao Rio de Janeiro em 1907. Seu destino: Rua Moraes e Vale, número 27. Os arcos que dão guarida à Lapa estavam recebendo um dos maiores malandros que o Brasil já conheceu.Satã, para os mais chegados, Madame Satã para os registros da história que o imortalizou como o homossexual mais macho do Rio. Mesmo assim tinha sete filhos. Todos adotados, é claro. Aos 39 anos foi preso depois que sua arma disparou contra um policial. 26 anos no xadrez. Em uma entrevista que deu para o Pasquim em maio de 1971, Satã nega ter atirado no oficial. “O revólver que disparou da minha mão. Casualmente”. Cabral insiste:- Mas foi a bala que matou?Conta Satã:- A bala fez o buraco. Quem matou foi Deus. Satã também é acusado de matar o compositor Geraldo Pereira. O motivo: um copo de cerveja e um monte de desaforos. “Eu entrei no Capela e estava sentado tomando um chope. Ele chegou com uma amante dele (ainda viva essa mulher), pediu dois chopes e sentou ao meu lado. Aí tomou uns goles do chope dele e cismou que eu tinha que tomar o chope dele e ele tinha que tomar o meu. Ele pegou o meu copo e eu disse: ‘Olha esse copo é meu’. Aí ele achou que aquele copo era o dele e não o meu. Então eu peguei meu copo e levei pra minha mesa. Aí ele levantou e chamou pra briga. Disse uma porção de desaforos, uma porção de palavra obscenas, eu não sei nem dizer essas coisas. Aí eu perdi a paciência, dei um soco nele, ele caiu no meio-fio e morreu. Mas morreu por desleixo do médico, porque foi pra assistência vivo”.Apesar das milhares de brigas, dos 29 processos, dos três homicídios, Satã conviveu tranquilamente com importantes nomes da música brasileira. Francisco Alves, Noel Rosa, Orlando Silva e Vicente Celestino são alguns nomes que Satã lembra na entrevista feita pelo Pasquim. A entrevista é riquíssima. Satã conta de sua fuga do presídio, da surra de deu em um delegado que o perseguia, dos sete nomes que tinha para evitar muitos processos em um só e dos outros malandros que a Lapa conheceu, como Edgar, o Meia-Noite. Também na entrevista, Satã que tinha 71 anos diz que morreria com 84. “Pode anotar aí. Se o senhor não estiver vivo, talvez seus filhos estejam. Deixe gravado aí porque eu vou morrer com 84 anos”. Madame Satã errou. Morreu quatro anos depois, vítima de uma forte pneumonia.


Carmem Miranda

CARMEM MIRANDA DA CUNHA, A PEQUENA NOTÁVEL, (09/02/1909-05/08/54), NASCEU NA FREGUESIA  DE MARCO DE CANAVEZES, PROVÍNCIA DE BEIRA-ALTA, PORTUGAL. SUA FAMÍLIA SE TRANSFERIU PARA O BRASIL, QUANDO AINDA NÃO TINHA 1 ANO DE IDADE, TENDO MORADO NA LAPA, OU MAIS PRECISAMENTE NA RUA JOAQUIM SILVA 22(EDIFICAÇÃO NÃO MAIS EXISTENTE). NO ALTO DOS SEUS 1,53M DE ALTURA, A PEQUENA NOTÁVEL, ERA UMA GIGANTE NOS PALCOS. AMADA NO BRASIL, FEZ HISTÓRIA NOS ESTADOS UNIDOS, DIVULGANDO COMO NINGUÉM O NOSSO PAÍS.  


Oswaldo Sargentelli

NASCIDO NA LAPA, EM 1924, OSWALDO SARGENTELLI, SOBRINHO DE LALA (LAMARTINE BABO) SOB COMO NINGUÉM, DIVULGAR A BELEZA DA MULATA BRASILEIRA, FAZENDO DE SEUS  SHOWS, PRODUTO DE EXPORTAÇÃO. COM SUA VOZ GRAVE, E, SEMPRE EM OFF, COMANDOU PROGRAMAS DE ENTREVISTAS  NA TELEVISÃO, EM QUE QUASE SEMPRE, COM SUAS PERGUNTAS DESCONCERTANTES E  SEMPRE BEM COLOCADAS, RARA ERAM AS VEZES QUE NÃO DEIXAVA SEUS ENTREVISTADOS EMBARAÇADOS. FALECEU AOS 78 ANOS EM 12 DE ABRIL DE 2002, INDO SE ENCONTRAR  COM SEU TIO LALA, E, TANTOS OUTROS, QUE AO LONGO DE SUAS VIDAS, TANTO FIZERAM PELA CULTURA DE NOSSO PAÍS.   





                                                                Gaúcho Fotógrafo

Sérgio Bandarra Silveira, ou simplesmente, Gaúcho fotógrafo.Há quarenta anos andou pelas ruas da Lapa, mais precisamente nas casas de show e bares da Av. Mem de Sá, Rua do Riachuelo, Rua Gomes Freire, Lavradio onde tinha acesso livre.Sempre com sua vestimenta, seu terno impecável ( as vezes escuro ) e sua gravata borboleta.No começo trabalhava com sua Rolleiflex e os filmes eram revelados com o seu laboratorista de confiança diariamente, depois tentando se atualizar, passou a utilizar a Polaroid  que pendurada em seu pescoço, registrava os momentos alegres dos frequentadores do bairro da Lapa.Tentou ser malandro e camelô em Porto Alegre, Belo Horizonte e até em Brasília, ainda bem que desistiu.Com sua profissão se fez um personagem Folclórico na Lapa, passava em todos os mais de 20 estabelecimentos e casas de show, mas também fotografou em cabarés e boates do passado.Perguntado se com a concorrência desleal das máquinas digitais não seria melhor procurar outro ofício e a resposta foi imediata:- Não sei fazer outra coisa - diz ele.Mesmo reconhecendo que já não faturava como antes, o amor pela profissão fazia dele único.Sorriso franco e modesto, sempre arrumava um jeito de fotografar.Apareceu no programa do Jô e ficou mais conhecido, conseguindo até aumentar o preço do seu serviço."Isso aqui é uma ilha de jornalistas cercada de celebridades por todos os lados", dando conselhos aos novos frequentadores.Faleceu dia 14 de março de 2010, decorrente de um infarto fulminante, aos 76 anos.Com ele vai o legado do último fotógrafo da Lapa.



Jorge Seralón

Um chileno nascido em Valparaíso em 1947 que depois de percorrer o mundo, estabeleceu-se no Rio de Janeiro em 1990, próximo a Escadaria do Convento de Santa Tereza.Pintor autodidata, sempre retrata uma mulher grávida,"Um problema pessoal", conta.Incorporou rápido um vocabulário com bastante gírias, típico dos cariocas, trazendo na sua personalidade um jeito acolhedor e simpático.Pronto, logo se tornou uma figura conhecida quando decidiu cobrir as escadarias próximo a sua residência com quebras de azulejos.Com essa atitude, a Escadaria do Convento, também passou a ser conhecida como a Escadaria do Seralón.Tendo 215 degraus, 17 lances, 10 descansos e quatro metros de largura, a sua criatividade impresiona.Nos primeiros degraus, Seralón cuidou em cobrir os espelhos da escada com quebras de azulejos nas cores verdes, amarelo e azul."Uma homenagem ao Brasil, minha pátria amada, que adotei depois de conhecer mais de 50 países", afirma.O local atrai turistas do mundo todo e Seralón apresenta com orgulho sua obra, que já ganhou notoriedade internacional.Jorge Seralón, um chileno com jeito carioca.




Perfeito Fortuna, o agitador cultural


Um dos fundadores do lendário grupo teatral  Asdrúbal Trouxe o Trombone, criador do Circo Voador e agitador da Fundição Progresso, Perfeito Fortuna, contruiu uma carreira ligada a arte, mas dando espaço ao seu espírito empreendedor.Excêntrico, mesmo atrás das câmeras, nunca passou despercebido.Fundador do Circo Voador, que há 20 anos ocupou as areias do Arpoador e depois se mudou para a Lapa, acabou deixando a sua cria para se dedicar a outra, a Fundição Progresso.Neste espaço, comandou  jovens artistas com uma programação intensa de shows, aulas de capoeiras, teatro, canto, cinema, grafite, além de servir para os ensaios da Intrépida Trupe." Meu negócio sempre foi administrar as idéias, ser líder.As oportunidades para fazer TV surgiram, mas nada rolou de concreto.Sou péssimo para decorar, prefiro o improviso".A idéia de levantar a Fundição, espaço antes ocupado por uma fábrica de ligas metálicas, veio logo depois que deixou de lado o Circo."Foram vários os motivos que me fizeram desistir de continuar lá, entre eles, desacordo com os sócios.Mas o que mais pesou foi a minha filosofia para o Circo de ser um espaço nômade, e não uma tenda fixa", explica.  









2 comentários:

DrooDroo disse...

oi pessoal falei que eu ia passar e seguir estou passando e senguindo me manda a foto pra eu postar no meu blog e ajudar a divulgar o seu....

lembra de mim sabado eu passei lah indicado pela minha amiga italiana...
abs boa sorte passa lah no meu

DrooDroo disse...

me manda a foto pra eu fazer a materia no meu blog
me manda no email drocome@gmail.com
obrigado boa sorte